I
Dói, tudo dói
Já não tenho esperanças
A morte virá, há qualquer instante
Deixe-me ir, irei em paz
II
Ajude me a morrer, por favor!
Dói, tudo dói!
Tendes piedades, senhor doutor!
A escolha do meu destino, a mim me pertence
III
Quero escolher a forma do meu fim
Dê-me um copo de veneno, com mel
Injete me na veia entorpecentes mortiferos, por favor!
Já não aguento mais, passe-me uma caneta
Quero autorizar a minha morte
Pois tudo dói, é melhor partir.
IV
Ah!, também quero morrer
Não tenho dores
Apenas não sei onde estou
Não sei quem sou
Por que viver, então?
V
Estou em coma, na cama de um hospital
Meu quadro é irreversível, tenho que morrer
Sou um grande estorvo para a minha família
Estou ocupando um leito que outro poderia estar
Tentando a sobrevivência, não tenho esse direito de atrapalhar
VI
Mate-me!
Não posso expressar isso, pois não existo
Sou apenas um corpo inerte, inútil!
Não ficarei aqui mais vinte anos, vegetando.
Legalizem esse direito, senhores políticos
Eu quero morrer! É meu direito!
Poesia copiada do livro de crônicas e poesias intitulado “O ENTARDECER DE UM HOMEM TRISTE“, do poeta e membro da Academia de Letras de Irecê Estácio Marques Dourado.
Deixe um comentário