Por: Ermenito Nunes Dourado
Da porteira da fazenda
Contemplo à terra e a senda
Onde havia uma bela vista
Era verde o manto que cobria a nudez,
Da causticante aridez,
Dos campos de Conquista.
Agora é a seca que aflora neste sertão,
No farfalhar das folhas no chão,
Soerguendo ao infinito.
É o verde que morre dia a dia,
Na poeira erguida pintando agonia
De um lamurioso grito.
Moço! Veja! A seca já começou,
O tempo alegre agora se fincou,
O frio aparece.
O vento geral ergue o pó aos céus,
Num redemoinho que dissipa os véus,
Da esperança que aquece.
E assim, melancólico e mui passivo,
Precipitando ordeiro num abismo,
De horrível letargia,
O sertanejo soluça abafado,
Contido pelo calor abrasado,
Desta cruel nostalgia.
Se por vezes no viver dos heróis,
Entre meandros descrevem caracóis,
Esta imensa desilusão,
Impávido e deveres destemidos,
Num gesto heroico sufoca o gemido,
Marchando para a amplidão.
É a esperança que reflora,
No peito rígido onde sempre mora,
Bravura e decisão.
É a confiança na terra natal,
E no Deus vivo apontando o fanal,
Do porvir do meu sertão!
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